10 de Maio - Dia Mundial do Frango

Escrito por Kátia Aguilera em 10/05/2021

Hoje é celebrado o dia mundial do frango, mas fica o questionamento: quem realmente está comemorando? Feliz dia pra quem? 

No Brasil, o nicho mais forte de produção é, em 1º lugar, a carne de frango de corte para suprir mercado interno e externo, e, em 2º lugar, as galinhas poedeiras, com 99,59% para o mercado interno.

Já pararam para pensar que para vender tão barato é necessário produzir desenfreadamente? E que para isso ocorrer é necessária uma produção industrial onde as galinhas, literalmente, viram máquinas? 

Esses são alguns processos industriais para galinhas poedeiras:

- Debicagem sem uso de anestésicos e analgésicos. Esse procedimento é realizado com a justificativa de evitar canibalismo entre os animais devido ao confinamento.
- Aves poedeiras vivem em gaiola com tamanho 1,0 x 0,40 x 0,40m com mais outas 7 aves e elas ficam ali até a 80ª semana, e quando termina o seu período de “vida útil” elas são abatidas.
- Ciclo de MUDA forçado deixando o animal de 1 a 2 semanas sem água, comida e luz para acelerar seu metabolismo e voltar a botar ovos de novo a todo vapor.
- Pintinhos machos nascidos de galinhas poedeiras são descartados (triturados em máquina para este destino), pois não têm, obviamente, aptidão para botarem ovos nem para serem criados para carne de corte devido sua conformação de carcaça não selecionada para tal.

Então, voltando à pergunta de quem celebra o dia de hoje, com certeza é o produtor, porque jamais um animal voluntariamente abriria mão das suas 5 liberdades e se colocaria numa situação de sofrimento.

As cinco liberdades são:

1. Estar livre de fome e sede 
2. Estar livre de desconforto
3. Estar livre de dor doença e injúria
4. Ter liberdade para expressar os comportamentos naturais da espécie
5. Estar livre de medo e de estresse

Hoje, este dia serve como um dia de reflexão se vale tudo em nome da economia, se podemos legitimar ações opressoras a animais que são comprovadamente dotados de senciência, portanto têm capacidade de sentir e sofrer.

Em resumo, enquanto o processo de criação é motivo de orgulho para alguns porque gera lucro e movimenta a economia do país, para outros é motivo de aflição quando se volta o olhar para a ética e o “bem-estar” animal. A diferença aqui está na percepção.

Existe um projeto de lei que estabelece que os produtores adaptem sua produção e que eliminem o uso de gaiolas até 2040, mas entendemos que esse prazo é muito longo.

Seja a diferença na vida desses animais, repense seus hábitos, escolha novas alternativas e substitua sua alimentação por fontes de proteínas à base de plantas. Repense o ato de consumir animais.

Caso você ainda consuma produtos de origem animal e ovos ou esteja em processo de transição, pesquise e compre somente de produtores que se preocupam em minimizar os impactos da exploração e compram seus produtos somente de produtores que sejam pelo menos de ovos livres de gaiolas. 

Para se inteirar um pouco mais sobre como fazer isso você pode usar a busca do nosso site e procurar produtos que são livres de ovos em sua composição, ou você pode acompanhar o projeto da página @forumanimal #livredegaiolas #cagefree #egglab que vem fazendo um trabalho de pressionar e acompanhar 100 empresas a fazer a transição de produção. 

Não se esqueça, o mercado é modelado conforme a demanda e exigência do consumidor, nós temos poder de mudar essa situação com boicote ou pressionando por mudanças mais éticas das empresas. Isso também é fazer Vegança.


Por Kátia Aguilera
Estudante de medicina veterinária, vegana, entusiasta da causa animal e com espírito incansável no desejo para que todas as espécies sejam parte do círculo de compaixão das pessoas.